16.12.11

Londres - Waterstone em Trafalgar Square

Há poucos sítios no mundo onde nos sentimos como em casa. Em Londres, Nelson, ladeado por 4 leões de pedra, ergue-se a 50m do solo, entre a National Gallery e a Westminster Abbey. Fustigada por ventos gelados de norte, Trafalgar Square ganha, nesta altura do ano, a atmosfera tranquila do natal. O frio não impede as aglomerações na praça, nem os discursos de pregadores temerários abafados por coros de crianças vestidas de pai natal. Agarradas às estátuas, as luzes coloridas tremem como asas que batem sacudidas pelo vento. O movimento na praça domina o tempo. Corre-se de um lado para o outro, naquele estremecimento débil entre as compras e as fotografias de ocasião. Numa esquina, do meu lado esquerdo, fica a Waterstone, uma das maiores livrarias de Londres, local de peregrinação de qualquer bibliómano que goste de se atormentar com edições exclusivas e com uma variedade de publicações que pulveriza qualquer lista previamente definida perante as possibilidades de escolha. Detive-me entre a poesia e a ficção e trouxe comigo algumas tentações. Alice Oswald, Leonard Cohen, Peter Porter, Jackie Kay, Russian Poets, Tom Paulin, Michael Longley, Carol Ann Duffy, Robert Frost, Lavinia Greenlaw, Stephen Fry, Christopher Reid, David Harsen, Ted Hughes, Don Paterson, Sylvia Plath, Tomas Transtromer, entre outros, o que me deixou uma sensação de absoluta satisfação e a promessa de uma companhia, para as melhores horas do dia, aquelas em que gosto de acariciar a poesia dos bons livros, feitos de folhas de papel suave e capas autênticas. De todos destaco um pequeno livro de poesia que cativou a minha atenção. Poemas inéditos de estudantes da Universidade de Eton, onde as formas de poesia tradicional se cruzam com as mais arrojadas. Poemas como "Don't Worry" que nos conta sobre as vicissitudes da vida "It gently made its home./It colonised where it could,/spread far and wide without hindrance./It caught before settled,/the pain shall pass./No harm would be done if/ The carelessness of examination,/the foolish of inattention,/the imprudance of ignorance,/had been avoided." ou "The Mariner" This is how he finds peace./ Tied down by bowlines and reef - knots and sheepshanks,/ And nudged by the flowing of the water./Old radio, crackling, reporting/ The crashing of sea against a distant shore.(...)". De todos "The mountain" é um dos meus preferidos.
The Mountain

As I ascend the ragged mountain peaks,
And gaze on raging tumbling waterfalls,
The majesty of nature to me speaks
Of distant eagles swooping on patrol.
The weriness of limbs and soul diffuse
Into the virgin purity of sky,
Where unforgiving frost and cold refuse
To nurtune blossoms growing so high.
My plodding gait, so rhythmic underfoot
Disturbs no living thing, though echoes through
The rocky barren land that has been put
For us to savour solitude and view.
my spirit soar every step I take,
And radiate with joy each stride I make.

Tomothy Rawlinson, E Block in Eton College, Anthology
Fotogr: CRV©

2 comentários:

Olga disse...

Very nice post TI, I like it so much how you described the Trafalgar square atmosphere - it reflects very well the mood, the weather and the life's tempo.

Very nice snaps from the shop! Indeed it was a great thing to do to go on a book shop tour. But V&A will be waiting for you, so whenever you feel like V&A or its nice and big bookshop - you know what to do, it's just one plane ride away!

Hugs,

Olga

Paralelo Longe disse...

Olga,

Thanks for everything. It was great to be with you and to enjoy your warm welcome.
Definitely I'd like to visit V&A and lay down on that stripped matress :) It looks quite cozy :).

Regarding the easy trip I know you are aware that it is valid on both ways too and that you are more than welcome.
Hugs TI