Sempre gostei de homens que não usam subterfúgios para dizerem aquilo que pensam. Nem temem mostrar os pormenores do rosto, permitindo-nos seguir os pequenos detalhes que nos fazem viajar pelas suas linhas do pensamento. Não me recordo, qual foi o último actor que foi capa de revista e rejeitou o Photoshop de modo a convertê-lo num homem mais sagaz, de pele lisa e macia, esbatendo as rugas que lhe enriquecem a cara e a sabedoria. Mas, Clint Eastwood sempre foi diferente. Por isso sempre mereceu o meu respeito como actor e, posteriormente, como realizador. Capa da revista M, um suplemento do "Le Monde", Clint recusou a estratégia do disfarce, revelando, num acto de pura sedução, a beleza do contorno da face, as perfeições do tempo, a introspecção do olhar, a poesia inteligível de que é feito um rosto, sem escoras que retroceda artificialmente a outros tempos. Não há nada mais sedutor.
8.1.12
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