Holandês. Falecido prematuramente, em 1890, quando contava apenas 37 anos, Vincent Van Gogh é um dos maiores génios da história da arte. Na sua curta passagem pela vida experimentou a melancolia e a depressão, a pobreza, os acessos de fúria, o caos emocional, os internamentos, os desesperos e a solidão. A História ensinou-nos que acabou os seus dias em Auvers-sur-Oise, em Julho de 1890, auto-infligindo-se com um tiro no abdómen, num dos campos de trigo que tinha servido de cenário para algumas das suas últimas obras. Mas terá sido esta a versão exacta dos factos? Haverá outra? Foi, precisamente, para responder a esta pergunta que dois autores, Steven Naifeh and Gregory White Smith, ocuparam os últimos 10 anos da sua vida a investigar o que realmente se passou naquela tarde de Julho de 1890, propondo-se agora, reescrever a história da arte. O livro, recentemente publicado, intitulado 'Van Gogh: The Life', sugere uma tese que contraria a ideia de suicidio consubstanciando, antes, a hipótese de um homicídio. Vincent teria sido, acidentalmente, atingido por um disparo inadvertido, efectuado por dois adolescentes, no decurso de uma brincadeira. Argumentos vários suportam esta tese. A distância percorrida pelo artista quando baleado, a arma que nunca foi encontrada, as últimas palavras de Van Gogh. Vincent, o filantropo que desejava apenas dar um significado à sua vida, buscando nos que o rodeavam, compreensão, protecção e o convívio necessário de modo a suprir a sua terrível solidão. Estes, foram alguns dos desejos manifestados na sua correspondência com Theo, o seu irmão mais novo. Quanto à nova interpretação dos factos, apraz-me pensar que um dos seus quadros inacabados, Farms near Auvers (1890), só por acidente, não recebeu as estocadas finais do artista.
A entrevista aos autores foi realizada no famoso programa da CBS, "60 Minutes". A primeira parte poderá ser vista aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário