Para lá dos arcos, as casas romanas com varanda, os anfiteatros, as fontes e as estátuas dos deuses entrelaçados nas colunas dos templos, contam os segredos que fizeram de Ephesus a segunda maior cidade do Império Romano. Com uma história que remonta a 500 a.C. Ephesus, localizada na costa ocidental da Ásia Menor, atravessou vários períodos de apogeu e decadência, desde o período clássico grego, quando a cidade era palco de peregrinações ao Templo de Ártemis - uma das 7 Maravilhas do Mundo Antigo – , até ao período romano quando o Apóstolo João redigiu aqui o seu Evangelho e fundou, neste lugar, uma das 7 Igrejas da Ásia citadas no Livro do Apocalipse.
Apressei-me a descer a rua Kurets. Queria chegar à Biblioteca o mais depressa possível. De ambos os lados da rua, o contorno de vilas romanas. Casas abastadas, com ladrilhos elaborados ao estilo de Pompeia.Em redor, templos, altares, os banhos da cidade, os anfiteatros e todo um conjunto arquitectónico que sugere o movimento de outrora. Com uma população de cerca de 250.000 habitantes, Ephesus foi um porto mercantil importante que ligava as rotas do Oriente ao Ocidente. Outrora, localizada nas margens do Mar Egeu, Ephesus encontra-se, agora, após séculos de assoreamento, a 6Km do mar. As ruas da cidade, ainda se encontram pavimentadas pelas lages de mármore sulcadas pela passagem dos atrelados. Abundam as fontes e os bebedouros estilizados, as colunas com deuses e figuras mitológicas, e a larga avenida de Constantino que liga o Grande Teatro ao antigo porto de mar. No largo, ao fundo da rua, ergue-se a Biblioteca de Celsus. O edifício mais majestoso de Ephesus e, sem dúvida, aquele que prendeu a minha atenção. Com dois andares e uma fachada ricamente decorada, as 4 estátuas do pórtico personificam as Deusas da Sabedoria, Conhecimento, Destino e Inteligência. A biblioteca foi erigida por Caio Júlio Áquila, em homenagem ao seu pai Tibério Júlio Celso Polemeno. Apesar do seu interior ser relativamente exíguo, chegou a albergar 12.000 “rolos”, tendo sido uma das mais ricas bibliotecas da antiguidade.
Fotogr: CRV©
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