“Those who survived…were herded into insanitary and crowded huts and many died from dysentery. By 26 June, only five Australians and one British soldier were still alive”.
A estrada circundava o sopé do Monte Kinabalu que se erguia, imponente, a 4.000m de altitude do meu lado esquerdo, com os cumes pintados com neves perpétuas e pequenas comunidades aninhadas nas reentrâncias da montanha. Íamos visitar umas extensas plantações de chá que se encontravam a meio caminho da costa Oeste do Borneo. Enquanto o meu olhar se perdia na paisagem e pensava no índice elevadíssimo de devastação da floresta virgem - agora ocupada com palmeirais a perder de vista -, a minha atenção foi atraída, à passagem por Kundasang, pelo monumento de guerra em homenagem aos milhares de soldados que pereceram, nas denominadas “Marchas da Morte”, aquando da invasão do Norte do Borneo, pelos soldados japoneses, nos anos que coincidiram com o inicio da II Guerra Mundial no Pacífico. Pedi para pararem o carro. Debaixo de uma árvore, tranquilamente frondosa, jazem duas lápides com inscrições em malaio e em inglês que referem um dos maiores crimes de guerra levado a cabo contra os aliados. A nossa guia deteve-se. Com um ar grave, explicou-nos que o tema, das atrocidades japonesas na ilha, ainda hoje é considerado tabu pelos locais. Mortes, violações da quase totalidade das mulheres malaias, espancamentos e execuções sumárias, foram o terror que os habitantes do Borneo experimentaram nos 3 anos que os japoneses comandaram os destinos que visavam a exterminação de todos os locais da ilha. As “Marchas da Morte” foram uma série de marchas forçadas, percorridas durante centenas de kilómetros, em condições inumanas, no meio de corredores conquistados no interior da selva tropical, densa e húmida, entre as cidades de Sandakan, no extremo este da ilha, e Ranau, uma pequena cidade localizada a meio caminho da costa oeste. Milhares de prisioneiros (3.600 civis indonésios e 2.400 aliados) pereceram às mãos dos japoneses, na construção de campos de concentração e pistas de aviação, sem comida, medicamentos ou qualquer apoio ou condescendência para com os debilitados. Dos poucos que restaram, 470 foram enviados para as “marchas da morte”, pelo interior da selva, de modo a pulverizar quaisquer agrupamentos ou processos de resistência que se pudessem configurar . Famintos, muitos com malária, desinteria e outras doenças provenientes dos climas tropicais, entre Janeiro e Maio de 1945 todos os prisioneiros foram ficando pelo caminho. Quando a ilha foi libertada pelas forças australianas, restavam apenas 5 soldados australianos e 1 britânico. Dos 6 sobreviventes apenas 3 conseguiram resistir a tempo de deporem em Tokyo e Rbaul, sobre os crimes de guerra praticados. Das leituras que efectuei, apraz-me saber que 3 resistentes, foram suficientes, para condenar os líderes e os autores materiais dos crimes praticados no Borneo, contra a humanidade. Top Fotog. CRV (2 FotogrsUNK - Death Marches - 1945)
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