3.3.10

Freud - O método sugestivo

Nos últimos tempos tive curiosidade em ler uns apontamentos antigos que tinha compilado sobre o "método sugestivo" de Freud. Estou a proceder a uma tese, no âmbito da minha actividade Antropológica, e aproveito as experiências de campo, ao acaso, para colher elementos para o trabalho de investigação. Ora: o "método sugestivo", consiste na "comunicação associada a "uma influência" que pretende provocar a absorção da mente consciente através da focalização, num tipo de efeito sensorial e gerador de ideias". Ou seja, sugere-se uma ideia, um pensamento, um poema, uma história inventada, através de imagens, filmes ou outro qualquer meio gráfico sugestivo e expedido. É aguardar e ver o efeito bola de neve que provoca junto dos visados. Temos exemplos históricos, alguns verdadeiramente dramáticos: a radio-difusão da Guerra dos Mundos de George Wells, que gerou, inclusivamente, alguns suicídios, nos Estados Unidos, na noite da sua difusão; a aproximação de cataclismos profetizados, no ano 2000, que geraram, igualmente, junto de algumas seitas radicais norte americanas, suicídios colectivos. As repercussões surgem do efeito bola de neve, multiplicador da especulação e da falsa realidade transmitida. O mesmo é possível com a projecção de "trailers" de filmes como o "Holocausto" de Spielberg, sugerindo um estado de espírito deprimido, ou com o "Out of Africa", de Pollack, sugerindo um estado de espírito romântico. São tudo sugestões interessantes de acompanhar na sua evolução, e sobre as quais se podem proceder a estudos de grande utilidade prática, junto das comunidades indígenas locais. Li ontem numa revista sobre a matéria, que muito gosto e da qual sou assinante, esta frase feliz sobre o cinema: "Dá-nos verdade ou ilusão vinte e quatro vezes num segundo."Nem mais!

Contudo, não deixa de ser curioso notar que Freud abandonou o "método sugestivo" entendendo que este, não só se contrapunha à psicanálise, como a contrariava. No método sugestivo "cala-se um sintoma doentio, ignorando-o, passando o indivíduo a alimentar imagens criadas no seu subconsciente". Pelo contrário, "na psicanálise, utiliza-se o "método analítico" que visa levar o paciente a exteriorizar as suas razões inconscientes, procedendo-se à cura dessas mesmas fantasias através do diálogo e da exteriorização das imagens retidas no subconsciente".

É histórico o primeiro caso clínico de Freud, onde foi utilizado o "método analítico". A paciente chamava-se Bertha Pappenheim, igualmente conhecida como "Anna O". Quando Freud a consultou, a doente apresentava sintomas clássicos de euforia e histerismo associado. Freud tratou a doente mediante a "cura pela fala" ou "cura catártica", a qual, consiste na discussão sobre as associações que cada sintoma apresenta, promovendo com este método, a cura da doença. Esta técnica tornou-se o centro das técnicas de Freud, que também acreditava que as memórias ocultas ou "reprimidas", nas quais se baseavam os sintomas de histeria, eram sempre de natureza sexual. Ao ler estas conclusões de Freud, não posso deixar de entender que era tempo de passarmos do método sugestivo ao analítico, em vários campos da nossa vida, pelo facto de o primeiro ser especulativo, cansativo e se encontrar desactualizado com os tempos que correm. Continuaremos a acompanhar estas matérias, que tanto nos interessam, no âmbito da nossa cultura geral auto-didacta. Cabe aqui uma nota relativamente aos resultados obtidos. Os visados obtiveram todos nota 20. Sinal que já vamos conhecendo bem as comunidades locais, o que nos dá um prazer científico redobrado e estímulo para continuar "ad eternum".
Fontes: História do pensamento analítico, Wikipédia, Pdf's e outras fontes assim despretensiosas que se enquadram no espírito lúdico-lírico deste blog. Vamos continuar na mesma linha.

1 comentário:

Olga disse...

Hi TI! I hope you are having a good time this weekend - really impatient to know how everything went and whether you both enjoyed it :).

Your article on the suggestive method is very interesting. I'm not a big connoisseur of psychology but I tracked some relation here to the way I blog.. Recently some of my posts are more of symbols rather than direct descriptions of what is going on, the symbols that mean something for me and must be hard to interpret for some of the readers. For some reason for me it is easier to post like this about what's going on in my head than lay everything out in the open - definitely Freud would have his own explanation :) Meanwhile I have his 'The Interpretation of Dreams' book and am curious whether I would be able to read it - it seems to be quite a complicated one.