Levei a mão ao bolso e procurei o bloco de notas. Preparava-me para escrever mas a minha atenção foi desviada, para lá da divisória, por um grupo de jovens judeus ortodoxos que cabeceavam em movimentos psicossomáticos contra o muro. Com um facies angustiado, expressavam a sua religiosidade de forma cadenciada, como se os seus pés estivessem mal apoiados na ponta de um abismo. Não me detive a observá-los. Reparei que já não havia fila no sector feminino. Apesar de pouco me dizer o ritual, a tentação de tocar no muro era grande e ficaria com pena caso não formulasse um desejo e o depositasse entre as pedras. Era a única estrangeira ali e tal como um “Moai” da Ilha da Páscoa, isolado no fim do mundo, estava feliz. Vigiei o horizonte antigo com a tranquilidade dos grandes guerreiros. Com uma expressão serena escrevi uma pequena mensagem, num papel minúsculo, e cumpri a solenidade do momento. Há coisas tão insignificantes que nos enchem a alma. Estacas cravadas no coração, em forma de cerca protectora, onde cabe o que de melhor conservamos. Como num filme a cores, visualizo os frutos.
18.1.10
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2 comentários:
TI, I hope whatever your wish was - it will come true. Great travel plans - I hope all of them will become reality!! The world is too wonderful with all the places it has got to offer! And we just don't have enough time... For us we want to go skiing soon, then London, Paris, Russia, Portugal and Thailand for New Years 2011... (hopefully!)
As for what you say about friends... I think I need to get myself a facebook account... I was against it for so long, but it's just about staying connected... :)
é verdade Cristina, SÃO AS COISAS MAIS INSIGNIFICANTES QUE NOS ENCHEM A ALMA.......porque se calhar é isso mesmo que procuramos....são os nossos pequenos desejos íntimos....quando eu vou á igreja e falo com Deus sinto o mesmo uma profunda tranquilidade interior.
Gostei de vir aqui fazer uma visita, e deixar-lhe estas simples palavras....também me faz bem e me satisfaz a alma... vir ao seu espaço, uma vez que é mais dificil encontrar-me consigo. Saio desta página como um desejo cumprido...
talvez como se deixasse também, um pequeno papel neste muro.
Um beijinho, HELENA
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