8.11.09

Mademoiselle O

"Tenho observado que depois de conceder aos personagens dos meus romances qualquer coisa querida do meu passado, ela desgasta-se no mundo artificial onde tão abruptamente a coloquei. Embora paire no meu espírito, o seu calor próprio, a sedução retrospectiva desaparece e a coisa passa a estar mais identificada com o meu romance do que com o meu eu interior, onde parecia tão a salvo da intrusão do artista. Houve casas que ruiram na minha memória, como ruíam nos velhos filmes mudos; (...). O homem em mim revolta-se contra o ficcionista (...)"
in "Mademoiselle O" - Vladimir Nabokov - Contos II

1 comentário:

Olga disse...

I love Nabokov. I admire his ability to express himself - his language is so complex and captivating. What remains a mystery for me is the fact that he could write in several languages and felt confident and remained an equally powerful writer in any of them.