18.11.09

Israel - Notas de viagem 1

"O homem superior é o que permanece sempre fiel à esperança; não perseverar é de poltrões" Eurípedes

Com mais uma viagem a aproximar-se, tenho dedicado estes serões mornos de Outono, às leituras sobre Israel. Com um cheiro a lenha pela casa e uma lareira a crepitar nada me dá mais prazer do que ficar por ali mesmo, rodeada dos meus próximos planos de viagem. A História do Estado de Israel é paradigmática. Durante quase 2000 anos, esta pequeníssima faixa de terra tem exercido uma influência na cultura mundial de uma forma absolutamente desproporcionada. Ao ler, em tempos, que Israel tem, sensivelmente, a mesma área que o Kruger Park, fico com a perfeita noção da pequenez deste país, uma vez que percorri o Kruger de lés a lés. Apesar do seu tamanho quase insignificante, este pequeno local foi assinalado como aquele onde ocorreram eventos, de tal modo relevantes, que é considerado o local originário das três maiores religiões monoteístas do mundo. Segundo a tradição, foi em Jerusalém que Salomão construiu o seu grande templo, Cristo foi crucificado e o profeta Maomé esteve de passagem na sua Jornada Nocturna, factos que estigmatizam esta terra com um forte significado espiritual.
Depois do post anterior, que sem dúvida produz nos nossos espíritos um impacto devastador, pela realidade que reflecte, julgo que não terá havido, em toda a história do povo judeu, rejubilo maior do que a concretização do seu sonho mais antigo: a criação de um Estado Independente, Judaico, nas terras dos antigos reis de Israel e da Judeia, terra prometida por Deus aos descendentes dos patriarcas hebraicos Abraão, Isaac, e Jacó. Um bocado de terra pequeno, inóspito ao qual chamaram desde sempre: Terra Prometida.
Não resisto a contar uma das lendas mais engraçadas da Cabala que nos fala de Golem. Deus pega num torrão de terra insufla-lhe vida e cria Adão. Para os Cabalistas este seria o primeiro Golem. Criado pela palavra divina. Mas houve outros. Numa das versões da lenda, inscreve-se na fronte de um Golem a palavra "emet", que significa "verdade". O Golem cresce. E, há um momento em que é tão alto que o seu dono não pode alcançá-lo. Aí utiliza um truque para se ver livre dele. Pede-lhe que lhe ate os sapatos. O Golem inclina-se e o rabino sopra e consegue apagar-lhe o "amet" que significa "morte". Assim, fica o Golem "amet" ou seja, morto. Como era feito de terra transforma-se em pó. Achei deliciosa esta lenda. Tive que a transcrever para as minhas notas para não me esquecer dela.

3 comentários:

HELENA AFONSO disse...

Vejo que está entusiasmada com a próxima viagem, a ISRAEL, espero que não se desiluda, quand a visitei há mais de 20 anos fiquei fascinada, pela terra, pelo povo trabalhador,pelos lugares míticos e sobretudo pela visita a NAZARE, o mais importante, para mim, por ser berço de JESUS , de quem sou devota seguidora. Será que esse fascínio hoje permanece? deixo aqui a questão, espero ouvir a sua resposta quando regressar.
Beijinho e boa viagem, HELENA

Paralelo Longe disse...

Lena,
Estou, de facto, entusiasmada com a viagem´. O manancial histórico é imenso e ler sobre estes temas dá-me um prazer enorme. Quando regressar temos que combinar um almoço para trocarmos impressões. Um grande abraço. Cristina

Olga disse...

This is very interesting TI. For me Israel and the Jews will probably always remain a puzzle...This nation probably have suffered the most hatred and aggression but also was the most successful and recognized at the same time... It is hard to understand this, but I guess everything evolves around religion and the complexes of other people...