26.11.09

Darwin - A Reconciliação da Fé e da Ciência

 
"Suspeito que há mais coisas no céu e na terra do que se sonha ou do que é possível sonhar em qualquer filosofia. É por isso que eu não tenho nenhuma filosofia, e deve ser essa a minha desculpa para sonhar." - Haldane 

No livro de Michael Ruse, que falei 2 posts atrás, somos conduzidos a uma conclusão unificadora entre a fé cristã e a teoria da evolução das espécies. Muito embora a comparação entre o darwinismo e o cristianismo possa ser difícil, uma vez que se levantam uma série de obstáculos, o facto é que o debate é fecundo e estimulante. O livro, aborda magistralmente as teorias do desígnio e as questões com ele relacionadas da dor e do sofrimento. A proposta é a de que o darwinismo, pretende dialogar com os cristãos de uma maneira positiva e firme, trazendo luz à existência dos fenómenos perturbadores que, aparentemente, poderiam testemunhar contra uma Divindade que tudo ama e tudo pode. Através da noção do pecado original, da alma humana, da sua natureza, das suas origens, Ruse adianta, "há sempre vários recursos à espera do cristão que queira caminhar na direcção da ciência e afastar-se duma leitura literal dos livros mais antigos dos Génesis. (...) Não possuímos poderes que nos permitam vislumbrar os derradeiros mistérios. (...) As nossas limitações não fazem com que o cristianismo seja obrigatório ou até plausível, mas requerem uma tolerância para com aqueles que estão dispostos a ir além da ciência, mesmo que nós mesmos não sejamos capazes de os seguir."
Qual seria a posição de Darwin relativamente a estas questões? Afinal, no que é que Darwin realmente acreditava? Em Deus? Na revelação cristã? Na importância da sua teoria, da evolução das espécies, como motor de justificação da fé cristã? Dei uma leitura rápida, em alguns sites que versavam sobre estas questões e constatei que era comum a todos a opinião de que Darwin tinha sido sempre extremamente reservado, senão omisso, relativamente a estes temas. Numa época profundamente arreigada à origem divina do homem, Darwin foi cauteloso e só já na fase final da sua vida proferiu, na sua auto-biografia, um modesto afloramento do tema. Referindo-se ao percurso da sua fé Darwin adianta que esta se encaminhou, ao longo da sua vida, do " Cristianismo Anglicano para o Agnosticismo, afastando-se claramente do Ateísmo".

2 comentários:

HELENA AFONSO disse...

CRISTINA parabens por este seu "post". Há alguns dias atrás vi uma reportagem na TV sobre DARWIN e este seu texto e video ajudaram-me ainda a compreender melhor a sua figura e personalidade. É um tema apaixonante... e fica ainda o desejo de conhecer mais e melhor! Obrigada, gostei mesmo muito!
HELENA

Paralelo Longe disse...

Lena,
Obrigada pelo seu comentário. É um prazer os nossos amigos aparecerem por aqui. Este tema é absolutamente fascinante e daria vários posts seguidos não fosse o aborrecimento que isso traria a quem nos lê. Obrigada por seguir o "Viagens". Prometo retomar em breve esse blog que tanto gosto.
As suas fotografias do blog são lindíssimas. Para quando as do Bornéu? Um grande abraço com amizade,
Cristina