15.7.13

MALALA - The Young PEACE Radicals

A bala que a atingiu na cabeça ía acompanhada do medo, e do receio pelo desconhecido que nos regimes teocratas e nas ditaduras políticas estão na génese dos comportamentos violentos e castradores que geraram cortes e fracturas incuráveis, ao longo da história da civilização. 

Abafar a amplitude térmica, originada por uma pluralidade de vozes, faz parte da necessária convergência para a atemorização social, para a fossilização intelectual, para a arena cínica onde se morre confuso com o silêncio do mundo. 

Talvez por isso se apontem as armas às pedras. Talvez por isso necessitem de reduzir a escombros o património do Mundo. Talvez por isso a destruição dos Budas de pedra que repousavam nas rochas antigas de Bamiyan. 
Cada cratera, aberta pela loucura fundamentalista, reflecte um guião de inseguranças e incertezas conduzido por um regime que apela a um hipócrita retrocesso do mundo.

Contrariando a sede de mudança, os talibans escoraram os medos do seu tecnocracismo no segmento da população que é por natureza submisso à oportunista adulteração das regras do Corão. Dependentes da vontade dos homens e admoestadas, porque enfermas de pecado, as mulheres fizeram-se para procriar e gerir os segredos da casa, não para estudar, trabalhar, proferir opinião ou adquirir lugares de destaque na sociedade civil. Porque não sendo iguais serão, necessariamente, orwelianamente diferentes. Por isso, há que silenciar as que causam mal estar, as que perturbam o todo deprimente orgânico social, criando caminhos alternativos por entre a decadência e a lama dos ditadores, caminhando com o peito cheio de ilusões apelando aos ventos que ditam os segredos da mudança. 

Malala, a jovem de 16 anos que foi baleada quando regressava da escola, cresceu num dos três países geograficamente localizados no “Eixo do Mal”. A sua voz incómoda foi em crescendo produzindo ecos constituindo uma preocupante transgressão à inércia da evolução. Com uma tónica beauvoiriana no seu discurso, Malala subiu, segura e tranquila, ao palco das Nações Unidas, apelando à igualdade de oportunidades, à cultura, à educação e à erradicação do mito da castração feminina, em nome da paz. 

Desvalorizando as consequências nefastas da cultura para todos, num universo teocrático e essencialmente masculino, Malala exaltou o temor que a valorização individual feminina exerce junto de alguns ditadores, ainda agarrados ao espírito primevo da moca, com um discurso reiterado sobre a desconstrução da personalidade igualitária da mulher. Malala será, certamente, uma das potenciais candidatas ao Nobel da Paz. Segundo a Time, agrada-nos que seja uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Agrada-nos sempre a superior influência da PAZ.

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