Nicolas Poussain - A adoração ao Bezerro de Ouro
(...) O Senhor disse a Abraão: "Deixa a tua terra, os teus parentes e a casa do teu pai e vai para a terra que eu te vou mostrar. Farei de ti um grande povo. Hei-de abençoar os que te abençoaram e amaldiçoar os que te amaldiçoarem. E através de ti serão abençoados todos os povos do mundo." Abraão pôs-se a caminho, tal como o Senhor lhe tinha ordenado, e Lot foi com ele. (...) Quando chegaram à terra de Canaã, Abraão atravessou o país até Siquém (...). Naquele tempo, quem habitava o país era os cananeus. Ali Deus apareceu a Abraão e disse-lhe:" Vou dar esta terra aos teus descendentes". (...) in Genesis 12:6
Na preparação da viagem a Israel leio algumas passagens do Antigo Testamento e constato a existência de um Deus, violento, vingativo, intimador, nada benevolente ou condescendente perante um povo pagão, os cananeus, que são perseguidos em várias passagens, quase até à extinção. Passagens que apregoam maldições, a expulsão do Éden, o sacrifício de Isaac - filho de Abraão -, a Torre de Babel, são sinónimos de um espírito tempestivo, quando não, cruel. Mas é, particularmente, na adoração dos cananeus ao Bezerro de Ouro, símbolo de força e fecundidade, que a fúria de Deus se lança sobre um povo pagão em êxtase, cujo culto expressava-se através de actos representativos de orgias. As festividades em curso, nos quarenta dias que Moisés sobe ao Monte Sinai, para receber os Mandamentos de Deus, acabam apruptamente quando Moisés desce com as Tábuas da Lei e as lança violentamente ao chão. O caso de Sodoma e Gomorra é, igualmente, paradigmático da fúria de Deus. Ambas as cidades, habitadas por cananeus, foram destruídas pela Sua ira, com fogo e enxofre descido dos céus. Na queda das muralhas de Jericó, a ira de Deus está presente, quando ordena a Josué que destrua todos os habitantes e animais da cidade "ao fio da espada", devendo queimar tudo o que nelas houvesse.
Depois de ler estas passagens é impossível não questionar: "Meu Deus, porquê tanta ira? Aonde Queres chegar? Levará a violência a algum lado? Se Deus é omnipotente e ama todas as coisas, porquê tanto ódio? " Como pacifista, considero toda esta violência da Bíblia estranha e absolutamente inútil. Mas, a interpretação das Escrituras não deve ser literal. Haverá que atender ao tempo em que foram escritas, ao recurso estilístico observado, ao seu simbologismo próprio e à evidente ficção de que estão impregnadas muitas das suas passagens. Assim, será, certamente, melhor dar pouco crédito a este tipo de violência e pensar nos Jardins do Éden e na sua frescura à qual a Biblia nos transporta ou, para quem for judeu, pensar na Terra Prometida, a terra do leite e do mel. Será, deste modo, uma leitura impregnada de pensamentos positivos.
Na preparação da viagem a Israel leio algumas passagens do Antigo Testamento e constato a existência de um Deus, violento, vingativo, intimador, nada benevolente ou condescendente perante um povo pagão, os cananeus, que são perseguidos em várias passagens, quase até à extinção. Passagens que apregoam maldições, a expulsão do Éden, o sacrifício de Isaac - filho de Abraão -, a Torre de Babel, são sinónimos de um espírito tempestivo, quando não, cruel. Mas é, particularmente, na adoração dos cananeus ao Bezerro de Ouro, símbolo de força e fecundidade, que a fúria de Deus se lança sobre um povo pagão em êxtase, cujo culto expressava-se através de actos representativos de orgias. As festividades em curso, nos quarenta dias que Moisés sobe ao Monte Sinai, para receber os Mandamentos de Deus, acabam apruptamente quando Moisés desce com as Tábuas da Lei e as lança violentamente ao chão. O caso de Sodoma e Gomorra é, igualmente, paradigmático da fúria de Deus. Ambas as cidades, habitadas por cananeus, foram destruídas pela Sua ira, com fogo e enxofre descido dos céus. Na queda das muralhas de Jericó, a ira de Deus está presente, quando ordena a Josué que destrua todos os habitantes e animais da cidade "ao fio da espada", devendo queimar tudo o que nelas houvesse.
Depois de ler estas passagens é impossível não questionar: "Meu Deus, porquê tanta ira? Aonde Queres chegar? Levará a violência a algum lado? Se Deus é omnipotente e ama todas as coisas, porquê tanto ódio? " Como pacifista, considero toda esta violência da Bíblia estranha e absolutamente inútil. Mas, a interpretação das Escrituras não deve ser literal. Haverá que atender ao tempo em que foram escritas, ao recurso estilístico observado, ao seu simbologismo próprio e à evidente ficção de que estão impregnadas muitas das suas passagens. Assim, será, certamente, melhor dar pouco crédito a este tipo de violência e pensar nos Jardins do Éden e na sua frescura à qual a Biblia nos transporta ou, para quem for judeu, pensar na Terra Prometida, a terra do leite e do mel. Será, deste modo, uma leitura impregnada de pensamentos positivos.
1 comentário:
I agree with you so much on this one. I wish people would be able to think more for themselves rather then to be lead by others guided by the book written too long ago to stay relevant for our reality... I think in many ways people already do, but not in many countries yet - it is a very very long way....
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