Kinabatangan River Lodge
"A man of the river people, paddles slowly up the Kinabatangan River. The fresh colour of dawn is on everything. The fragrance of life is in the air. A chorus of tenuos sound comes into being as the sun gives birth to the jungle morning".Agnes Keith - Land Below the Wind
Quando escolho fotografias do Bornéu, parece que encontro sempre no livro de Keith uma passagem que serve na perfeição como legenda. A sua escrita é envolvente, tranquila e, de certa forma, identifico-me com este lado belo e sereno de ver a vida. Sentada na margem do rio Kinabatangan observo, em redor, enquanto escuto a água que flui e bate nas pedras. O silêncio e a paz em redor repousam-nos. De vez em quando, passa uma pequena embarcação com um ou dois habitantes, os OranSungei, os homens do rio, como aqui lhes chamam. Acenam amigavelmente. Na outra margem, pequenas habitações lacustres confundem-se com o verde intenso da floresta. Um grupo de miúdos, de cabelo espetado, diverte-se na água. Fazem de um tronco um trampolim improvisado. Caras sorridentes que servem de pretexto para umas fotografias. Correm. Felizes, com tão pouco. A água do rio é barrenta, como todos os rios do Bornéu. Garças brancas, de patas verdes, passeiam pelos nenúfares carnudos que se agrupam em ilhas no meio do rio. O "Kinabatangan River Lodge" é um local tranquilo, longe da agitação das cidades. Sempre gostei destes locais, com pouca gente, quase isolados, onde é possível ler tranquilamente um livro, rodeada dos sons que o vento trás. Uns passarinhos saltitam à minha volta, sem medo. Estão tão perto que podia tocar-lhes. Reina aqui uma grande paz de espírito. Sinto sempre isso cada vez que dispo as armaduras constrangedoras. Cansa-me utilizá-las e reutilizá-las. Toda uma vida. Detesto-as porque nos deturpam. Transformam-nos em blindados. E não somos assim. É bom ser aqui apenas mais um no meio da densa floresta, com a nossa individualidade que não tem, necessariamente, que agradar a ninguém. É apenas mais uma forma de ser. Feliz, talvez. Não é o que todos pretendemos ser? Sabe bem, vir até aqui, a esta margem do rio. Fotogrs: CRV
4 comentários:
OLÁ CRISTINA,
Passei no seu blog par lhe dizer que só ontem consegui colocar o meu primeiro texto da viagem ao BORNEO, como sabe estava impedida de trabalhar no computador, depois da cirurgia à vista. É só a primeira parte...
Já vi os seus textos, gostei muito, vejo que tal como eu também se apaisonou pelo Borneo e pelos livros da Agnes Keith, ela foi realmente para mim a "musa" inspiradora desta viagem......e ajudou-me imenso a conpreender aquela terra, mesmo antes de a conhecer!
Que bom podermos partilhar aqui as nossas emoções e que bom que pudemos estar juntas naquela "Land Below the wind" .
Um beijinho,
HELENA
Helena,
Devo-lhe a si a descoberta de Agnes Keith. Acabei o Land Below the Wind e vou comecar o seu segundo livro, Three Came Home. A escrita de Keith tem muito a ver comigo.E' calma e reflecte muito a descoberta da beleza que ha' no mundo sob uma prespectiva muito pessoal e talvez espiritual. Sem duvida que encaramos o Borneo com outro olhar. Um olhar que tira partido da beleza das coisas. Julgo que nos demos tao bem, logo de inicio, porque a Lena tambem e' assim. Um bj daqui de Israel ( a viagem esta' a ser excelente.Vou querer voltar num destes fins de semana prolongados!)
Ti, you really seem to have a book for each post of yours! I admire how you write - even the translated text is so poetic, I can only imagine how beautiful it sounds in the native language...
You are too generous Olga. Actually, most of the references that I've been using lately come from a beautiful book to which I became very found of. The discriptions are beautiful, very calm and poetic and they appeal to that beautiful side of life that on our rushing days we simply don't have time to duly appreciate. Somehow, to post these little phrases help us to remember that good side of life and to forget our hard working days. TI
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