Émile Zola

Émile Zola

Recordo aqui a militância activa de Émile Zola, num dos processos mais injustos da história judicial francesa, ocorrido nos finais do século 19, o “Caso Dreyfus”. A intervenção de Zola, com a publicação do famoso “J’ACCUSE” no jornal “L’AURORE” - expondo os verdadeiros culpados e a sonegação de provas efectuadas pela acusação -, revelar-se-ía determinante para Dreyfus. O impacto gerado pelo artigo de Zola promoveu a reabertura do processo que culminaria com a absolvição de Dreyfus, após 5 anos de prisão. Zola fez deste processo uma cruzada na sua vida, valendo-lhe 1 ano de exílio, em Inglaterra, bem como, diversas ameaças à sua integridade física. A militância, em causas alheias, pode revelar-se determinante para promover um "vol de face", significativo, no andamento de qualquer processo. Hannah Arendt explicaria, precisamente, este aspecto no seu livro " As origens do totalitarismo" , dando como exemplo o caso Dreyfus e o seu impacto na divisão de opiniões na sociedade francesa.